ARTIGO IV
"1. Nada que se contenha no presente Tratado poderá ser interpretado como:
a) renúncia, por quaisquer das Partes Contratantes, a direitos previamente invocados ou a pretensões de soberania territorial na Antártica;
b) renúncia ou diminuição, por quaisquer das Partes Contratantes, a qualquer base de reivindicação de soberania territorial na Antártica que possa ter, quer como resultado de suas atividades, ou de seus nacionais, na Antártica, quer por qualquer outra forma; e
c) pré-julgamento da posição de qualquer das Partes Contratantes quanto ao reconhecimento dos direitos ou reivindicação ou bases da reivindicação de algum outro Estado quanto à soberania territorial na Antártica.
Os impasses provocados pelos "territorialistas" foram contornados pelo Artigo IV do TRATADO DA ANTÁRTICA. A superposição das áreas reclamadas por Chile, Argentina e Reino Unido, além do fato de haver uma larga faixa não reclamada por nenhum país, facilitou esta solução. Outro fator importante, talvez tenha sido a existência de objetivos estratégicos difusos dos Estados Unidos e a União Soviética no Continente Antártico. Estes países embora dispusessem de suporte para reclamar territórios, não o fizeram porque, talvez, não lhes fosse conveniente reivindicar parte de um todo.
A própria presença de bases da Ex - União Soviética, no interior e nas proximidades das fronteiras dos setores reivindicados por alguns países, ajudou a manter os reclamos "territorialistas" congelados. Mas, infelizmente o espírito competitivo da raça humana compele esta à conquista e mesmo hoje quarenta anos depois da assinatura do TRATADO DA ANTÁRTICA, algumas iniciativas preocupam aqueles que imaginam um futuro dedicado somente à "ciência e a paz" para a região Antártica.
1 - Selos Neo Zelandeses
Os primeiros selos especificamente sobre o tema Antártico dos correios da Nova Zelândia, foram produzidos em Janeiro de 1908 para uso exclusivo na região. Estes selos tinham os dizeres "Terra do Rei Eduardo VII" e foram postados pela primeira vez pelos membros da Expedição Antártica Schakleton. Mesmo depois do TRATADO DA ANTÁRTICA, exatamente em 1996, novos selos sobre o tema foram
produzidos retratando a chamada Dependência de Ross, a área reclamada pela Nova Zelândia.
2 - Lista de Códigos de Países
A International Standard Organization (ISO) estabelece padrões para a indústria e governos com alcance mundial. Os códigos de países ISO são duas letras que designam cada país do mundo e são reconhecidos por todas as nações, como o código BR que representa o Brasil.
Estes códigos são necessários para determinar o país de origem da mercadoria. E em uma mostra que a questão territorial não está "adormecida" como todos pensam, dois territórios Antárticos possuem códigos ISO; o Território Britânico da Antártica, BQ e o Território Francês do Sul e da Antártica, FQ.
3 - O Território Antártico Australiano
Ainda hoje, depois do TRATADO DA ANTÁRTICA, o chamado Território Antártico Australiano, continua constando de várias bibliografias pesquisada, inclusive do site do programa antártico australiano. O território consiste de todas as ilhas e territórios ao sul da latitude 60šS e entre longitudes 45° e 160° Leste, exceto o setor Francês da "Terre Adélie", e cobre grande parte do Leste da Antártica e tem uma área de 5.800.000 km2.
4 - Escoteiros Chilenos
A Associação de Escoteiros do Chile , que reúne os escoteiros do Chile Continental e Insular, durante o ano de 1995, com o apoio da Força Aérea Chilena, Departamento de Aviação Civil e a Escola pública "Villa Las Estrellas" realizou a missão de ser o primeiro país a ter um grupo de Escoteiros no Continente Antártico. Desta visita surgiu o Grupo de Escoteiros Estrella Polar do Território Antártico Chileno.
5 - O Território Antártico Britânico
O assim chamado, Território Antártico Britânico, foi designado por ordem do conselho em 3 de Março de 1962, um ano após o Tratado entrar em vigor e sua administração é feita por um comissário apontado pelo Departamento de Relações Externas do Reino Unido. Criou-se inclusive uma bandeira para uso terrestre com fundo branco (Sem a Cruz) e as armas do território soltas, bem grande. A bandeira deve ser hasteada nas Bases Antárticas (que antes ostentavam a Bandeira Inglesa) e na sede do Centro Britânico de Pesquisas Antárticas, em Cambridge.
Outra demonstração de interesse na área pelos Britânicos é o programa "iniciativa TSUNAMI", que procura promover, a partir do Centro Britânico de Pesquisas Antárticas, a competitividade da indústria de seguros do Reino Unido, uma das maiores do mundo, através de um maior entendimento dos riscos ambientais.
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